terça-feira, 5 de abril de 2011

LANÇAMENTO DE LIVRO EM DOSE DUPLA


A Academia de Letras de Crateus - ALC

tem a honra de convidar Vossa Senhoria para o lançamento dos livros:

"Histórias de Roça - ciranda, cirandinha venham monstros cirandar", de Elias de França, e "Açucena não é flor que se cheire" de Lourival Veras

DATA: 09 DE ABRIL DE 2011, ÀS 19:30 HORAS

LOCAL: TEATRO ROSA MORAES, COM AUTÓGRAFOS NA SEDE DA ACADEMIA DE LETRAS DE CRATEUS .
OBRAS GANHADORAS DO PREMIO EDUARDO CAMPOS DE DRAMATURGIA DA SECULT

. CUSTO DE CADA EXEMPLAR: R$ 20,00, SENDO R$ 30,00 A COMPRA CASADA



SOBRE AS OBRAS

Açucena não é flor que se cheire

No meio dos sertões nordestinos, lá nos recônditos, ainda há temas extremamente delicados. Sexualidade é um deles. Para muitos, os gêneros são apenas dois, e basta. Homem é o macho, o provedor, aquele criado com a função primordial de ser o par da mulher. Mulher, por outro lado, é a figura da casa, filha, mãe, esposa... e sem defeitos, que essas figuras não os tem. E quando algum foge a essa lei, é sempre filho de outro, nunca gente de nossa própria prole. Açucena é assim, com gente dos dois gêneros, mas divididos em outros, que ninguém precisa saber. Homens poderosos, brutos, típicos estereótipos do macho, e outros nem tanto. Mulheres femininas, criadas para as prendas domésticas, mas nem todas. Açucena é o "mundo da cidade" invadindo o sertão. São coisas que nunca se viu, embora tenham sempre existido. Peça nascida apenas para suprir um vazio momentâneo de texto da Cia. Os Cara da Arte, de Crateús (CE), acabou caindo no gosto dos atores/atrizes e do público, lotando o teatro em todas as suas apresentações. Premiada no Edital Literário para Autor(a) Cearense, da Secretaria da Cultura do Estado, agora ganha outras possibilidades de divertir mais e diversas platéias. Açucena não é flor que se cheire é como sua protagonista, feito para trazer alegria a todos. Boa leitura, boa montagem, feliz diversão.

Elias de França - escritor

Historias de roça: ciranda, cirandinha venham monstros cirandar
“Botar sentido na roça é proteger as sementes do futuro”. Esta frase do personagem Espantalho resume a mensagem central do texto, que é a atenção que devemos ter com a formação da criança, se quisermos ter uma nação com futuro mais promissor, onde os indivíduos, além de deveres, tenham também direitos assegurados, por exemplo, à saúde, à justiça, enfim, à dignidade humana e à cidadania. Para isso, o autor lança mão de figuras bizarras, conhecidas do universo infantil, de forma concreta ou abstrata, através do folclore, mitos, acalantos e lendas, criadas para assustar as crianças, ou, ainda, fazê-las entender conceitos como: bem/mal, pode/não pode, certo/errado, dominante/dominado... Estas figuras, personificadas nos atores e suas falas e atitudes, irão sutilmente despertar nos expectadores a consciência do “botar sentido no Mundo”, isto é, estar atento e participante. Esta preocupação deve ser constante e, conhecedor desta necessidade, o autor sabiamente se utiliza de figuras atemporais para transmitir sua mensagem. Assim, ao mesmo tempo em que se divertem, estarão diante de algo para além de mero entretenimento, assimilando conceitos que, vivenciados, farão com que mudem para melhor, mudando também o ambiente em que vivem. Montado uma única vez por meninos trabalhadores de Roça de um distrito Rural de Crateús, obtendo três prêmios no Festival de Teatro Estudantil da Cidade, contemplado também no IV Prêmio Domingos Olímpio, em dramaturgia, e agora virando livro com o Prêmio Literário para Autor Cearense da Secult, “Ciranda, Cirandinha, Venham Monstros Cirandar”, como texto, roteiro teatral e como pesquisa do imaginário e das problemáticas infanto-juvenis faz jus ao reconhecimento que tem tido. É uma obra original de raiz e sempre atual. Diríamos mais: é um texto interessantíssimo, oportuníssimo que educa e diverte.

Socorro Bezerra Pinho - jornalista


OS AUTORES

Lourival Mourão Veras é dramaturgo, poeta e contista, nascido e radicado em Crateús, Cidade dos Sertões do Centro-Oeste do Ceará. Tem marcante atuação em sua terra e junto a seu povo, com larga folha de serviços prestados ao movimento cultural, em mais de 35 anos dedicados às artes. Já na década de 1970, integrava uma jovem vanguarda, precursora de uma experiência teatral que faria de Crateús uma referencia regional das artes cênicas, cujos frutos ainda perduram até os dias de hoje. Nesta empreitada, foi produtor de diversos espetáculos cênicos. A partir da década de 1990, passou a dirigir o Departamento de Cultura do Município, por período de 10 anos. Em seus tempos de gestão pública, deu-se por inteiro ao esforço de construir o “milagre” da ação cultural, diante da conhecida escassez de recursos e políticas públicas voltadas para este setor. Ainda assim, tornou possível a realização de importantes certames como: festivais estaduais de música inédita, festivais de esquetes teatrais, exposições de artes plásticas, dentre outros. Na última década, tem feito de suas ideias novas janelas para o protagonismo cultural, orientando os sujeitos das artes no exercício do fazer cultura. Integra a Sociedade Amigos da Biblioteca Municipal Norberto Ferreira Filho - SABi e a Academia de Letras de Crateús, das quais é co-fundador. Lourival Veras é um dos principais fomentadores da cultura crateuense e tem tomado parte importante nos acontecimentos artísticos do município nos últimos 25 anos. Reunindo amor, compromisso e talento, sempre acrescenta grandeza à construção e à promoção das artes do povo, tecendo teias essenciais para que se faça presente e real um jeito de se ser e viver mais arteiro, belo e sublime.


Antonio Elias de França, Crateuense, nascido no campo, na localidade de Arvoredo, distrito de Santo Antonio, onde residiu até os 18 anos, inventa suas criações desde menino, de quando era um inquieto curumim matuto, tecendo suas letras, melodias, histórias, causos e versos. Teve acesso à escola somente em sua maioridade, quando passou a morar na cidade, pois onde nascera não havia colégios. Artista de talentos múltiplos, é poeta, compositor, dramaturgo e artista plástico. O acervo de lembranças e componentes oriundo de suas raízes, que povoa o imaginário típico das pessoas ao seu tempo e lugar, é presença notória em suas obras, em contraste com o deslumbramento e cisma de sertanejo que descobre a metrópole com sua massa humana em movimento galopante. Esta obra premiada é seu quarto livro. Antes publicou: “Cantigas do Oco do Mundo - poesia”, em 2002, “A menina de cabeça nas nuvens”, em 2008, e “Zungo, zunzungo”, em 2009, os dois últimos, livros de literatura infanto-juvenil, selecionados para integrar a 1° e 2° coleções PAIC (Programa de Alfabetização na Idade Certa) Prosa e Poesia da SEDUC (Secretaria de Educação do Estado do Ceará). Teve obras publicados ainda nas Coletâneas: I Prêmio Literário Fazendários do Ceará e IV Premio Ideal Clube de Literatura. Elias de França é presidente da Academia de Letras de Crateús. Este Prêmio Autores Cearenses da Secult-Ce foi o seu décimo sétimo reconhecimento como criador de arte ou literatura em eventos competitivos como festivais, concursos e prêmios propriamente ditos, alternados entre as categorias: poesia, música, dramaturgia, literatura infantil e teatro.

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