terça-feira, 29 de maio de 2012

COMBATER A CULTURA BURGUESA, PROPAGANDEAR A CULTURA POPULAR


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Todas as pessoas, e em especial os jovens, gostam de se divertir: ouvir músicas, dançar, ler livros, ver filmes, peças de teatro, enfim, de todo tipo de atividade cultural.
Mas, o que temos hoje de alternativa cultural para os jovens?  Temos músicas que chamam as mulheres de cachorras, potrancas e outros adjetivos degradantes;  músicas que colocam a mulher como objeto sexual; danças em que as mulheres ficam seminuas rebolando, numa clara banalização do sexo; filmes enlatados que mostram como é “boa” a vida nos Estados Unidos e por que devemos nos submeter ao imperialismo; filmes que apresentam o povo brasileiro como um povo culturalmente pacífico, além de inúmeras reportagens de televisão que colocam grandes líderes revolucionários como revoltados movidos por causas pessoais e não comprometidos com o bem da humanidade.
Hoje o que há de mais popularizado em termos de meios de comunicação de massas é a televisão. Por isso esta é também a forma  mais eficiente de difusão cultural, porque atinge o maior número de pessoas. Assim, a televisão se tornou para a burguesia o principal veiculador de sua ideologia,  seus modismos e de toda a decadência e podridão a que chegaram os velhos e reacionários exploradores.
E por que fazem isso?
A ideologia dominante, historicamente, da antigüidade até os nossos dias, é sempre a ideologia de quem está no controle do Estado, quem está no poder. E quem tem o poder do reacionário Estado brasileiro hoje, em nosso país, são a grande burguesia e os latifundiários, classes serviçais do imperialismo. A cultura, como forma ideológica, é reflexo da economia e da política da sociedade e, por sua vez, influi e atua em grande medida sobre estas. Portanto, a cultura que nos é passada hoje, nada mais é do que a cultura das classes dominantes, da grande burguesia e dos latifundiários, produzidas pelas relações de produção desta sociedade. Ao mesmo tempo a cultura também atua e influencia para que essas classes continuem no poder.
Essa cultura que nos é imposta, tem como um de seus objetivos tergiversar e negar a verdadeira cultura de nosso povo, suas raízes, sua história. Tentar barrar nosso ímpeto revolucionário é também um dos nefastos objetivos desta cultura, para que acreditemos na sua ideologia, que justifica a exploração e a opressão; para que não nos revoltemos contra essa situação de miséria em que vive o nosso povo.
A  cultura da grande burguesia é a cultura imperialista; é a manifestação cultural que contém e justifica idéias escravisadoras; dado que nosso país tem caráter de semi-colônia, principalmente do imperialismo norte-americano. A cultura da  classe latifundiária é a semi-feudal, que demonstra cultuar o velho, as velhas tradições e o velho código moral. A predominante e a principal em nossa sociedade atualmente é a cultura imperialista.
A crise capitalista e sua decadência cultural
O capitalismo está em crise, e suas crises são cíclicas. Da mesma forma, as manifestações de cultura desta sociedade também tem voltas e crises. Isso se manifesta na existência dos modismos.  Há algum tempo, era axé-music, no estilo “Tchan”, com suas danças da bundinha, e danças da garrafa. A pouco tempo atrás era o forró, que deixando de lado a sua tradição popular,  foi totalmente modificado. E agora mais recentemente é o funk que, como todos os ritmos negros, saído dos guetos e favelas é  veiculado atualmente como moda, expressando hoje o que há de mais podre nesta cultura que tentam nos impor.
E como as crises do sistema, as crises culturais tendem a ser cada vez pior, cada vez mais podre, mais aprofundado na ideologia de exploração, pois a medida que vai piorando as condições de vida do povo, a  grande burguesia busca, mais ainda, na cultura uma tentativa de segurar as massas, para que estam não se libertem toda a sua revolta contra esse sistema e façam revolução. Por isto buscam mostrar que as coisas sempre foram assim e que nunca vão mudar; que sofremos aqui para vivermos bem na outra vida. E sem que percebamos, ao falar que a mulher é burra, que o negro é incompetente e de outras parcelas da sociedade, tenta dividir as forças da classe proletária, pois sabem que desunidos somos mais fracos e temos menos chances de conseguir tomar-lhes o Poder.
Mas ao mesmo tempo em que se aprofunda essa cultura reacionária, da grande burguesia, cria na sociedade uma repulsa, uma resistência crescente e uma série de manifestações contrárias à utilização da imagem da mulher como objeto, à banalização do sexo, enfim, uma tentativa de rompimento com essa cultura que nos é imposta, o que é ao mesmo tempo uma tentativa de buscar a cultura popular.
Utilizando-se das formas populares de expressão em sua podre cultura, a burguesia nos passa uma falsa cultura popular. O que chamam cultura popular hoje não passa de uma variante da cultura da ideologia dominante.
Resgatar a verdadeira Cultura Popular
O que queremos é resgatar a nossa cultura, cultura verdadeiramente popular, que surgiu e se desenvolveu no decorrer de nossa história, de nossa nação, e da luta de classes de todos os países. Esta é muito pouco conhecida; somos privados totalmente dela. Cultura que fala da vida do povo, de sua labuta diária, de nossas batalhas heróicas, de nossas lutas pela transformação da sociedade, dos puros sentimentos humanos – não como mercadorias, sem banalização.
Nosso objetivo vai além de resgatar a cultura popular brasileira; queremos forjar uma nova cultura de nosso povo. Uma nova cultura que seja fruto da ideologia do proletariado, que esteja de acordo com a nova economia e a nova política que propomos para a sociedade. Cultura científica que busque a verdade nos fatos. Cultura das massas para as massas.
A cultura da Nova Democracia é a  cultura anti-imperialistas e anti-feudal das massas populares, baseada na aliança operário-camponesa, que combate a cultura reacionária e o imperialismo. Nova cultura que propagandeia a cultura popular e a Nova Democracia.
E, nesse intuito, viemos tendo experiências tanto no teatro quanto na música, de resgate da cultura popular e  introdução de uma nova cultura. Nosso trabalho mais recente é a peça teatral chamada “Tão Heróico Destino”, que fala da vida dos camponeses pobres, de sua tomada de consciência, desde o primeiro contato com a organização de luta pela terra; da  tomada da terra e de um futuro, nem tão distante, da luta pela tomada do poder. Uma pequena parte desta peça foi apresentada na Assembléia Nacional dos Estudantes do Povo.
Esse trabalho ainda está só começando; convocamos a todos a se integrarem nele. Essa luta é por uma nova cultura, mas vai mais além: constitui uma  importante parte na luta pela transformação de toda a sociedade.
Movimento Estudantil Popular Revolucionário

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