O QUE SÃO
Os folguedos são festas de caráter popular cuja principal característica é a presença de música, dança e representação teatral. Grande parte dos folguedos possui origem religiosa e raízes culturais dos povos que formaram nossa cultura (africanos, portugueses, indígenas). Contudo, muitos folguedos foram, com o passar dos anos, incorporando mudanças culturais e adicionando, às festas, novas coreografias e vestimentas (máscaras, colares, turbantes, fitas e roupas coloridas). Os folguedos fazem parte da cultura popular e do folclore brasileiro. Embora ocorram em quase todo território brasileiro, é no Nordeste que se fazem mais presentes.
Baianas
Este folguedo não possui um enredo
determinado. As baianas cantam uma seqüência constituída de marchas de entrada
ou abrição de sede, peças variadas e por fim a despedida. Personagens: grupo de
dançadores. Trajes: vestes convencionais de baianas. Instrumentos: percussão.
Bumba meu boi
Auto popular de temática
pastoril que tem na figura do boi o personagem principal. Aparece em todo o
Brasil com os nomes de Bumba-meu-boi, Boi-Bum-bá, Boi-de-Reis, Bumba-boi,
Boi-Surubi, Boi-Calemba, Boi-de-Mamão etc. Em Alagoas, a apresentação do Bumba
é semelhante a um teatro de revista. Consta de desfila de bichos e personagens
fantásticos, ao som de cantigas entoadas por cantores do conjunto musical que
faz o acompanhamento. Toda a estrutura de apresentação teatral popular faz
lembrar das ligações do bumba com as revivências e sinais bastante visíveis da
Commedia De'Arte medieval.
Congada: espécie de dança-cortejo ocorre em
diversas regiões do Brasil. Representam a coroação dos antigos reis do Congo
(África).
Caboclinhas
Dança cortejo, sem enredo ou
drama. Forma de reisado, no qual os personagens se vestem de penas. Originário
dos maracatus pernambucanos com elementos do reisado alagoano, a exemplo das
baianas e samba de matuto. Personagens: mestre, contramestre, embaixadores,
vassalos, mateus, rei, lira, general, borboleta, estrela de ouro, rei Catulé e
caboclinha. Trajes: cocar, tanga, braceletes e perneiras de penas de peru,
colares, brincos de dente, conchas ou sementes. Instrumentos: banda de pífanos.
Cavalhada
Cortejo e torneio a cavalo, em que
a parte mais importante consiste na retirada de uma argolinha, com a ponta da
lança, em plena corrida. Os doze cavaleiros ou pares são divididos em cordões
azul e encarmado. Tem origem nos torneios medievais.
Chegança
Auto marítimo existente em Alagoas
é a versão das Mouriscadas da Península Ibérica e das danças Mouriscas da
Europa. Quase todo bailado e cantado, realiza-se em uma barcaça armada
especialmente para este fim. Personagens: almirante, capitão, Capitão de mar e
guerra, mestre piloto, mestre patrão, padre-capelão ,doutor cirurgião, oficiais
inferiores, marujos e dois gajeiros. Trajes: à maruja. Instrumentos: pandeiro.
Coco Alagoano
Dança de origem africana, cantada
e acompanhada pelas batidas dos pés ou tropel. Também denominada pagode ou
samba. Surge na época junina ou em outras ocasiões para se festejar
acontecimentos importantes da comunidade. Personagens: mestre e dançadores.
Traje: roupa do dia a dia. Variações do estilo: coco solto, quadra, embolado,
coco de entrega, coco de dez pés, praieiro, bambelô, zambê, coco de roda e
samba de coco.
Fandango
Auto dramático de temática
náutica, como a chegança. Entoam cantigas náuticas de diversas épocas e
origens, algumas sem dúvida portuguesas que falam de suas grandes navegações.
Personagens: almirante, capitão, capitão de mar e guerra, mestre piloto, mestre
patrão, oficiais, marujos e gajeiro. Trajes: oficiais com quepe de pala, paletó
azul marinho com camisa e gravata preta, ornado de platinas e alamares, calças
brancas, espadas e espadins; marujos de gorro e blusa maruja da mesma cor que a
dos oficiais. Instrumentos: rabeca e viola.
Guerreiro
Auto genuinamente alagoano, misto
de reisados alagoanos e do antigo e desaparecido auto dos Caboclinhas da
chegança e dos pastoris, surgido entre os anos de 1927 e 1929. Trajes:
multicoloridos, usando-se fitas, espelhos, diademas, mantos e contas aljôfares.
Personagens: rei, rainha, índio Peri e seus vassalos, lira. Instrumentos:
sanfona, tambor e pandeiro.
Maracatu:
Dança processional e cortejo
real, parte dos Reinados dos Gongos.
Não se deve confundir com o Auto dos Gongos,
porque é uma reinterpretação deste. A palavra Maracatu é termo africano que
significa dança ou batuque. O Maracatu já foi chamado de "Candomblé de
Rua", porque é um grupo de adeptos das religiões afro-brasileiras que saem
às ruas para fazer saudação aos orixás, ou "santos" dessas religiões.
Em pleno carnaval ou natal, eles, contritos, reverenciam os encantados. Ao saírem do terreiro ou sede, fazem o
"padê" de Exu, despacho seguido de orações para que essa entidade não
perturbe o andamento do ritual.
Marujada: encenação nordestina que representa
a vitória dos cristãos sobre os muçulmanos na Idade Média e também as
conquistas marítimas européias dos séculos XV e XVI. Os personagens vestem-se
com trajes de marinheiros, cristãos ou muçulmanos. Pandeiros, violões e outros
instrumentos acompanham a encenação.
Pastoril
É um fragmento dos presépios,
constituído por jornadas soltas, executado-se a de boa noite e a da despedida.
Personagens: mestra, contramestra, diana, as pastorinhas, o pastor e a
borboleta. Trajes: saias, blusas, faixas, aventais, chapéu de palhinha, nas
cores azul e encarnado. Levam um pandeiro feito de lata, com cabo e sem tampa,
ornado de fita com a cor do cordão a que pertence. Acompanhamento: conjunto de
percussão e sopro.
Quadrilha Junina
A quadrilha
junina, matuta ou caipira é uma dança típica das festas juninas, dançada,
principalmente, na região Nordeste do Brasil. É originária de velhas danças
populares de áreas rurais da França (Normandia) e da Inglaterra. Foi
introduzida no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, possivelmente em
1820, por membros da elite imperial. Durante o Império, a quadrilha era a dança
preferida para abrir os bailes da Corte. Depois popularizou-se saindo dos salões
palacianos para as ruas e clubes populares, com o povo assimilando a sua
coreografia aristocrática e dando-lhe novas características e nomes regionais.
Reisado
Auto popular profano religioso,
formado por vários grupos de músicos, cantores e dançadores apresentando vários
episódios. Sincretizou-se, no Estado, com o auto dos congos ou rei dos congos.
Personagens: rei, rainha,
embaixador, mestre ou secretário de sal, contramestre, mateus e palhaço.
Trajes: saiote de cetim colorido, chapéu de aba larga guarnecido de espelhos
redondos, flores artificiais e fitas variadas. Instrumentos: sanfona, tambor e
pandeiro.