Xilogravura de Jota Borges: um retrato do forró por um artista popular nordestino
Samba, frevo, maracatu, forró, baião, xaxado etc
"O Brasil é um absurdo/ Pode ser um absurdo/ Até aí tudo bem/ Nada
mal/ O Brasil é um absurdo/ Mas ele não é surdo/ O Brasil tem um ouvido
musical/ Que não é normal..." Com estes versos irônicos, o compositor
baiano Caetano Veloso faz um elogio à musicalidade da cultura brasileira.
De fato, o país é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram conhecidos internacionalmente. O samba ), por exemplo, juntamente com o futebol, é uma das expressões mais conhecidas do Brasil no exterior. Mas o samba é somente um de nossos típicos ritmos musicais, que ainda incluem o frevo (), o maracatu ) , o baião )... Vamos conhecer a seguir alguns desses ritmos.
De fato, o país é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram conhecidos internacionalmente. O samba ), por exemplo, juntamente com o futebol, é uma das expressões mais conhecidas do Brasil no exterior. Mas o samba é somente um de nossos típicos ritmos musicais, que ainda incluem o frevo (), o maracatu ) , o baião )... Vamos conhecer a seguir alguns desses ritmos.
Frevo
Vale transcrever a definição que Câmara Cascudo
dá a essa dança de rua e de salão: "é a grande alucinação do carnaval
pernambucano. Trata-se de uma marcha de ritmo sincopado, obsedante,
violento e frenético, que é a sua característica principal. E a multidão
ondulando, nos meneios da dança, fica a ferver. E foi dessa idéia de
fervura (o povo pronuncia 'frevura', 'frever', etc.), que se criou o
nome de 'frevo'." A coreografia é improvisada e quase acrobática,
executada originalmente com roupas coloridas e uma sombrinha. Não se
pode deixar de mencionar que, a partir da década de 1970, o frevo ganhou
espaço também no carnaval baiano: Caetano Veloso e Gilberto Gil compuseram diversos frevos, a serem executados em trios elétricos.
Maracatu
Tem origem negra e religiosa. Grupos de negros acompanhavam os reis do Congo,
eleitos pelos escravos, que eram coroados nas igrejas, em que depois
faziam um batuque em homenagem à padroeira ou, em especial, a Nossa
Senhora do Rosário, padroeira dos homens negros. A tradição religiosa se
perdeu e o grupo convergiu para o carnaval, mas conservou elementos
próprios, diferentes dos de outros cordões ou blocos carnavalescos. À
frente do grupo vão rei e rainha, príncipes, embaixadores, dançarinas e
indígenas. Não há enredo. Simplesmente se desfila ao ritmo dos tambores.
O ritmo surgiu em Pernambuco, mas também se encontra em outros estados
do Nordeste.
Forró
O nome forró deriva de forrobodó,
"divertimento pagodeiro", segundo o folclorista Câmara Cascudo. O forró
era em sua origem um baile animado por vários gêneros musicais, como o
baião, o xote, e o xaxado. Nesse sentido, também era conhecido como
"arrasta-pé" ou "bate-chinela". O forró, hoje, é praticamente um gênero
musical que engloba os ritmos acima mencionados. Sua origem é o sertão nordestino e os instrumentos musicais utilizados são basicamente a sanfona ou acordeão, o triângulo e a zabumba.
Alguns estudiosos atribuem a origem da palavra forró à pronúncia abrasileirada dos bailes "for all" (para todos), que, no começo do século, os engenheiros ingleses da estrada de ferro Great Western, promoviam para os operários em Pernambuco, na Paraíba e em Alagoas.
Alguns estudiosos atribuem a origem da palavra forró à pronúncia abrasileirada dos bailes "for all" (para todos), que, no começo do século, os engenheiros ingleses da estrada de ferro Great Western, promoviam para os operários em Pernambuco, na Paraíba e em Alagoas.
Baião, xote e xaxado
O
baião, segundo o folclorista Câmara Cascudo, associa os termos "baiano"
e "rojão", pequenos trechos musicais executados por viola, no intervalo
dos desafios entre os cantadores de improviso. Mas o gênero
consagrou-se e ganhou novas características quando o sanfoneiro
pernambucano Luiz Gonzaga ) popularizou-o através do rádio em todo o Brasil. É este o ritmo que predomina hoje nos forrós.
O xote é um ritmo mais lento, para se dançar a dois, de origem alemã, mas que se radicou no Nordeste e mistura os passos de valsa e de polca. Quanto ao xaxado, originalmente, era uma dança exclusivamente masculina, executada pelos cangaceiros, sem acompanhamento instrumental para o canto, com o ritmo marcado pela coronha dos rifles, batidos no chão. O nome xaxado deve ser uma onomatopéia do xá-xá-xá que faziam as alpercatas de couro ao se arrastarem no chão. A dança, difundida por Lampião e seu bando, dispensava a presença feminina. Segundo Luiz Gonzaga, "nessa dança, a dama é o rifle".
O xote é um ritmo mais lento, para se dançar a dois, de origem alemã, mas que se radicou no Nordeste e mistura os passos de valsa e de polca. Quanto ao xaxado, originalmente, era uma dança exclusivamente masculina, executada pelos cangaceiros, sem acompanhamento instrumental para o canto, com o ritmo marcado pela coronha dos rifles, batidos no chão. O nome xaxado deve ser uma onomatopéia do xá-xá-xá que faziam as alpercatas de couro ao se arrastarem no chão. A dança, difundida por Lampião e seu bando, dispensava a presença feminina. Segundo Luiz Gonzaga, "nessa dança, a dama é o rifle".
Coco, lundu e maxixe
Outra dança tradicional do Nordeste e do Norte, o coco, tem origem incerta: alguns dizem que veio da África com os escravos, e há quem defenda ser ela o resultado do encontro entre as culturas negra e índia. Apesar de freqüente no litoral, o coco teria surgido no Quilombo dos Palmares,
a partir do ritmo em que os cocos eram quebrados para a retirada da
amêndoa. A sua forma musical é cantada, com acompanhamento de um ganzá
ou pandeiro e da batida dos pés. Também conhecido como samba, pagode ou
zambê, o coco originalmente se dá em uma roda de dançadores e tocadores,
que giram e batem palmas.
Já o lundu foi o primeiro gênero afro-brasileiro de canção popular. Originalmente era uma dança sensual praticada por negros e mulatos em rodas de batuque, fixando-se como canção apenas no final do século 18. Posteriormente, no século 19, com harmonização erudita, chegou aos salões das elites cariocas. Contudo, o ritmo desapareceu no início do século 20, ou melhor, misturou-se ao tango e à polca e deu origem ao maxixe ). Este apareceu entre 1870 e 1880, como dança, e tornou-se gênero musical por volta de 1902.
Apesar de o tambor e os instrumentos de percussão, em geral, serem bem conhecidos dos portugueses, foram os africanos que introduziram no país a maior variedade que deles existe hoje, além das danças que têm na percussão a sua essência, caso do Tambor-de-crioulo. Este compõe-se de uma série de cantos e dança, ao som de triângulo, cabaça e tambores.
Já o lundu foi o primeiro gênero afro-brasileiro de canção popular. Originalmente era uma dança sensual praticada por negros e mulatos em rodas de batuque, fixando-se como canção apenas no final do século 18. Posteriormente, no século 19, com harmonização erudita, chegou aos salões das elites cariocas. Contudo, o ritmo desapareceu no início do século 20, ou melhor, misturou-se ao tango e à polca e deu origem ao maxixe ). Este apareceu entre 1870 e 1880, como dança, e tornou-se gênero musical por volta de 1902.
Apesar de o tambor e os instrumentos de percussão, em geral, serem bem conhecidos dos portugueses, foram os africanos que introduziram no país a maior variedade que deles existe hoje, além das danças que têm na percussão a sua essência, caso do Tambor-de-crioulo. Este compõe-se de uma série de cantos e dança, ao som de triângulo, cabaça e tambores.
Além do folclore
Se
os ritmos anteriormente mencionados, por sua origem popular, rural e
localizada em determinadas regiões, têm caráter explicitamente
folclórico, talvez não se possa dizer o mesmo de um ritmo como o
chorinho ).
O Chorinho surge no Rio de Janeiro, então capital federal, e deriva de
uma interpretação da polca. Tornou-se popular, junto com as modinhas,
por volta de 1870, com conjuntos que acompanhavam serenatas com violão,
cavaquinho e flauta. É cultivado até os dias de hoje, tanto que em São
Paulo e no Rio de Janeiro há casas noturnas especializadas em chorinhos
ou que oferecem alguma noite da semana especificamente a este gênero.
O samba deriva de diversos ritmos africanos e seu nome vem da palavra "semba", que quer dizer "umbigada", ou dança de roda onde os participantes se tocam pela barriga. Ao longo do século 20, o samba evoluiu e ganhou várias formas, como o samba-canção, o samba de breque, o samba enredo e, mais recentemente, o pagode. Como se disse antes, o samba tornou-se um símbolo do Brasil e sua maior expressão se dá no carnaval, em especial do Rio de Janeiro e, mais recentemente, também em São Paulo.
A bossa nova também não pode deixar de ser mencionada entre os ritmos brasileiros, inclusive por seu prestígio internacional. Bossa nova foi o nome dado a um movimento musical lançado no Rio de Janeiro no fim dos anos 1950, por cantores e compositores de classe média. Suas características mais marcantes foram dadas por João Gilberto) que integrava melodia, harmonia e ritmo e uma maneira mais intimista de cantar. As letras extraíam seu lirismo do cotidiano. Além do já citado João Gilberto, teve como seus maiores expoentes Tom Jobim ) e Vinícius de Moraes ).
http://educacao.uol.com.br
O samba deriva de diversos ritmos africanos e seu nome vem da palavra "semba", que quer dizer "umbigada", ou dança de roda onde os participantes se tocam pela barriga. Ao longo do século 20, o samba evoluiu e ganhou várias formas, como o samba-canção, o samba de breque, o samba enredo e, mais recentemente, o pagode. Como se disse antes, o samba tornou-se um símbolo do Brasil e sua maior expressão se dá no carnaval, em especial do Rio de Janeiro e, mais recentemente, também em São Paulo.
A bossa nova também não pode deixar de ser mencionada entre os ritmos brasileiros, inclusive por seu prestígio internacional. Bossa nova foi o nome dado a um movimento musical lançado no Rio de Janeiro no fim dos anos 1950, por cantores e compositores de classe média. Suas características mais marcantes foram dadas por João Gilberto) que integrava melodia, harmonia e ritmo e uma maneira mais intimista de cantar. As letras extraíam seu lirismo do cotidiano. Além do já citado João Gilberto, teve como seus maiores expoentes Tom Jobim ) e Vinícius de Moraes ).
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