UM PRESENTINHO PARA VOCÊ.
TIRE O ALMIR SATER DO BALAIO CULTURAL.
Em
sua cidade natal organizou um grupo de pesquisa da música caipira e
sul-americana. O grupo tocava charanga, viola e bandolim. Em seguida
criou com um amigo a dupla Lupe e Lampião, adotando então o nome
artístico de Lupe. Em 1978, a dupla classificou-se em quarto lugar no
Festival Sertanejo na TV Record. Em 1979, foi para São Paulo, onde
integrou o grupo Lírio Selvagem, de sua conterrânea Tetê Espíndola.
Participou depois do grupo "Vozes e Violas", com o qual fez
apresentações em teatros paulistas, mostrando suas composições.
Acompanhou a cantora Diana Pequeno, no mesmo período. Em 1976, conheceu
de forma inusitada o violeiro Tião Carreiro: Encontrou-o durante um
show, mas estava tão bêbado que não conseguiu conversar com Tião
Carreiro, pedindo apenas que esse lhe afinasse a viola. Em 1980, teve
sua primeira composição gravada, "Sonhos guaranis", por Sérgio Reis.
Gravou o primeiro disco em 1981, pela Continental. Começou a chamar
atenção nacionalmente, quando teve sua composição "Luzero" escolhida
para ser o tema de abertura do
programa "Globo Rural", da TV Globo. No mesmo ano, encontrou-se
novamente com Tião Carreiro no corredor da gravadora Continental.
Recordou então o encontro anterior e se disse fã dele. Imediatamente
ficaram amigos e pedia insistentemente que Tião repetisse as músicas que
tocava na viola. No mesmo dia, foram para o estúdio e gravaram a
composição de sua autoria, "Quintal de casa", tranformado num pagode
animado, nas mãos hábeis de Tião Carreiro. Seu primeiro disco estourou
na mídia. Era um jovem músico de Mato Grosso que reinventava a viola,
fazendo uma mistura de diversas influências, polcas, guarânias,
chamamés, música do interior mineiro e paulista, blues, além de letras
inspiradas no estilo de Joan Baez e Bob Dylan. Em 1982, começou a compor
com um de seus mais constantes parceiros, Renato Teixeira, co-autor de "Peão",
música de abertura do lado A de seu segundo disco, "Doma". A composição
foi incluída na trilha sonora da novela "Fera Radical". Com Renato
Teixeira compôs, entre outras, "Rasta do adeus", "Trem de lata",
"Boiada" e "Um violeiro toca".
Em 1984, organizou a Comitiva Esperança,
que percorreu mais de mil quilômetros no território do Mato Grosso,
pesquisando costumes e música do povo mato-grossense, numa viagem que
durou três meses. Como resultado da viagem foi lançado, em 1985, o
documentário "Comitiva Esperança", produzido em parceria com Paulo
Simões e Tatu Filmes de São Paulo. No mesmo ano, lançou um disco
instrumental também fruto da viagem, com composições de sua autoria,
misturando diversos gêneros regionais. O cururu, o maxixe, o chamamé, e
o arrasta-pé estavam presentes, além da regravação do clássico "Rio de
lágrimas", de Tião Carreiro, Lourival dos Santos e Piraci.
Em
1986, lançou o LP "Cria", em que apresentou inovações em sua música,
com a introdução de guitarras, sax, teclados e baixo, criando um som
mais pop. Neste disco aparecem duas parcerias com Renato Teixeira,
"Missões naturais" e "Trem de lata". No mesmo ano, fez sua primeira
atuação como ator, no filme "As Bellas da Billings", de Ozualdo
Candeias. Também já atuou por vezes como produtor, como no CD da cantora
Alzira Espindula, irmã de Tetê Espindula, lançado em 1987, no qual,
inclusive, a cantora gravou "Terra boa", de sua autoria com Paulo
Simões, e "Ave marinha", com Kapenga e Renato Teixeira. Em 1989,
apresentou-se no Free Jazz Festival no Rio de Janeiro. Em seguida seguiu
para os Estados Unidos, onde participou do Internacional Fair Festival.
Na mesma viagem, seguiu para Nashville, a capital countrymusic dos
Estados Unidos, onde inaugurou um hábito que seria muito seguido
posteriormente, o de gravar discos naquela cidade. Gravou o disco "Rasta
bonito", onde faz a ligação entre a viola caipira e o banjo
norte-americano, juntamente com gaitistas e violonistas. O resultado foi
um disco eclético onde gravou a instrumental "Capim azul", "Rasta
bonito", de parceria com Renato Teixeira, "Homeless Souls", parceria com
Joe Loech, e que ele canta em inglês. Gravou também "Tennessee Waltz"
de R. Stewart e P. W. King, e o clássico sertanejo "Tristeza do Jeca",
de Angelino de Oliveira. Em 1990, recebeu o convite de Sérgio Reis para
trabalhar na novela "Pantanal", na TV Manchete, onde interpretou o
personagam Trindade. Gravou para a novela a clássica "Chalana", de Mário
Zan e Arlindo Pinto. Suas composições "Comitiva esperança", cantada em
parceria com Sérgio Reis e "Um violeiro", gravada por Renato Teixeira,
também foram incluídas. Com a interpretação de "Chalana" recebe a
admiração da crítica pelo seu talento como instrumentista. No mesmo ano,
lançou o disco "Instrumental II", que recebeu o Prêmio Sharp de Melhor
Disco Instrumental do ano. O CD mostra sua viola com todos
os seus timbres, afinações e puxadas, em uma viagem que passa por
Villa-Lobos, em "Mazurca", pelo folclore do Vale do Jequitinhonha, em
"Beira-Mar" ( recolhido por Tavinho Moura), pelos sons da divisa, com
"Rasta" e "Froteira", e ainda passeia pelo erudito em "Europa" e em
"Moura". Recebeu também o Sharp de melhor música, por "Tocando em
frente", grande sucesso na voz de Maria Bethânia. No mesmo período,
começou a atuar novamente na TV Manchete, na novela "Ana Raio e Zé
Trovão". Foi um período de grande sucesso no qual apareceu em 630
chamadas na Rede Globo e 1500 spots de rádio. De outubro de 1991 a maio
de 1992, realizou uma excursão apresentando 96 shows em 67 cidades. Na
mesma época gravou o disco "Almir Sater ao vivo", onde interpretou
composições de sua autoria, além de cantar também "Moreninha linda", de
Tonico, Priminho e Maninho, e "Cabelo loiro", de Tião Carreiro e Zé
Bonito. Nesse período,seus shows lotavam ginásios e casas de espetáculos
e ele fez uma turnê que começou em outubro de 1991 e terminou em maio
do ano seguinte, na qual fez 96 shows, em 67 cidades e 23 capitais, com
630 chamadas na Rede Globo, 1500 spots de rádio, 261 anúncios em
jornais, 1100 outdors.
No
disco seguinte gravou "Viola fora de moda", de Edu Lobo. Em 1994, teve
participação especial no disco da dupla Pena Branca e Xavantinho "Uma
dupla brasileira", do selo RGE, produzido por Lurdinha Pereira. Nesse
álbum, tocou viola nas músicas "Cai sereno (rama da mandioquinha)", de
Conde e Elpídio dos Santos, e "Memória de Carreiro", de Juraildes da
Cruz. Em 1996, voltou a trabalhar na televisão, atuando na novela da TV
Globo, "O Rei do gado", interpretando o violeiro
Pirilampo, que fazia dupla com Saracura, papel vivido pelo cantor
Sérgio Reis. A dupla fictícia interpretou quase todas as músicas que
integraram o segundo CD da trilha sonora da novela. Algumas das músicas
foram "Rei do Gado", "Cabecinha no ombro", "Travessa do Rio Araguaia" e
"Boiadeiro Errante.
Os
discos gravados em nome da dupla Pirilampo e Saracura obtiveram grande
aceitação e vendagem. Em 1997, lançou o disco "Caminhos me levem",
gravado em sua própria casa, na companhia do irmão Rodrigo Sater e do
norte-americano Emil Silver, num disco mais acústico. No final dos anos
1990, passou a morar em uma fazenda no Pantanal mato-grossense. Em 2002,
teve participação especial no CD "Sérgio Reis e convidados", cantando
com Sérgio e tocando viola na faixa "Comitiva Esperança". Participou, em
outubro de 2004, do CD
"Violeiros do Brasil, com a faixa "Doma", de sua autoria com Zé Gomes. O
disco foi gravado ao vivo no Teatro do Sesc Pompéia entre agosto e
setembro de 1997 e lançado em junho de 1998, pelo SESC-Núcleo
Contemporâneo.
Também
em 2004, participou do 1º Festival de Inverno de Alto Paraíso, na
cidade do interior de Goiás, que fez homenagem a viola, escolhida por
melhor representar a cultura do centro-oeste. O evento, que conjugou
música e consciência ambiental, reuniu vários violeiros, como Pereira da
Viola, o ex-violeiro da banda de Zé Ramalho, Pedro Osmar e Ivan
Vilela, entre outros. Em outubro do mesmo ano, foi relançado o CD
"Violeiros do Brasil", pelo Selo Revivendo. A edição apresenta
importantes artistas da viola caipira das várias regiões do Brasil, entre os quais, Adelmo Arcoverde, Zé Gomes, Renato Correa, Paulo Freire, Ivan Vilela, Pereira
da Viola, Josias Dos Santos, Angelino de Oliveira, Renato Andrade,
Tavinho Moura, Heitor Villa-lobos, Zé Mulato e Cassiano e Zé
Coco do Riachão. O projeto foi idealizado pela produtora Myriam Taubkin
e a gravação do disco foi sugerida pelo músico e produtor Benjamim
Taubkin, que reconheceu sua importância. Participou, também em 2004, da
coletânea "Os bambas da viola", lançada pela Kuarup, que reuniu num CD 6 renomados
violeiros, para representar a viola das regiões do Brasil. Além dele o
CD traz as violas de Renato Andrade, Helena Meirelles, Heraldo do Monte,
Roberto Corrêa e Chico Lobo. Neste álbum, é compositor e intérprete da
música "Rasta", na qual toca viola acompanhado por Fernando Melo no
violão de 12 cordas e Eduardo Souza nos teclados e também toca viola em
"Mazurca de choro", de Heitor Villa-Lobos.
Segundo seu parceiro Renato Teixeira, ele foi o pioneiro a trafegar na free-way que ligaria a música do interior do país à do interior dos Estados Unidos.
Ainda
no final de 2004, participou do projeto Violas do Brasil,
apresentando-se no Teatro II do CCBB, em alternância com outros quatro
mestres do instrumento: Pena Branca, Chico Lobo, Renato Andrade e
Roberto Corrêa. Em 2005, apresentou-se no programa Senhor Brasil, na TV
Cultura de São Paulo, apresentado por Rolando Boldrin. Em junho de 2006,
lançou o CD "Um violeiro toca", com canções de todas as fases de sua
carreira. No mesmo período, apresentou-se
no Claro Hall, no Rio de Janeiro. Apesar de já ter se apresentado
diversas vezes na cidade, essa marcou a primeira apresentação solo do
violeiro no Rio, com sua banda de mais de 20 anos de acompanhamento. O
show trouxe músicas que o cantor gosta de cantar e que estão no CD, como
"Cabelo loiro", "Chalana", "Moreninha linda", "Cabecinha no ombro",
entre outras. Nesse mesmo ano, participou como ator da novela "Bicho do
mato", levada ao ar pela TV Record. Sua participação que não dispensou
seu canto. Em 2006, lançou o CD "Um Violeiro toca", um resumo de seus 25
anos de carreira, com destaque para a música-título do disco "Um
Violeiro Toca" e o sucesso "Tocando em Frente". Nesse ano, realizou
turnê que finalizou com duas
apresentações em dezembro, no Sesc Pinheiros, em São Paulo, acompanhado
dos músicos: Carlos de Souza (violão), Rodrigo Sater (violão), Reginaldo
Feliciano (contra-baixo), Luis Lopes (teclado), Papete (percussão) e
Gisele Sater (vocal). O repertório da turnê e do show relembrou
clássicos "Chalana", "Tocando em Frente", "Um Violeiro Toca" e "Ana Raio
e Zé Trovão", tema de abertura da novela homônima estrelada por ele nos
anos 1980. Com 13 discos gravados, no início de 2007, lançou o CD "Sete
Sinais", com diversas inéditas. Para as gravações, utilizou três
violões, inclusive um de brinquedo, com o qual compôs novas canções. O
instrumento foi emprestado por sua sobrinha Júlia, de três anos - neta
do cunhado Renato Teixeira - e sua escolha se
deu devido a motivos pessoais: Como o violão era pequeno, ele se
encaixava perfeitamente nos braços do artista, enquanto ia compondo no
conforto da uma rede na varanda da sua fazenda, em Campo Grande (MS). O
resultado final do disco revela a suavidade das composições, buscadas
pelo compositor que quis fazer um disco para "ser ouvido, pulsante, mas
bem tranqüilo". Em 2009, teve as suas gravações "Jeito do Mato",
interpretada junto com a cantora Paula Fernandes; e "Três toques na
madeira", incluídas na trilha sonora da novela "Paraíso", da Rede Globo
de Televisão. Em março de 2010, participou do programa "Emoções
Sertanejas", da Rede Globo de Televisão, que teve como objetivo
homenagear o cantor e compositor Roberto Carlos. O programa recebeu como
convidados, em um mega-show, no ginásio do Ibirapuera em São Paulo,
grandes nomes da música brasileira como Bruno & Marrone, César
Menotti & Fabiano, Chitãozinho & Xororó, Daniel, Dominguinhos,
Elba Ramalho, Gian & Giovani, Leonardo, Martinha, Milionário &
José Rico, Nalva Aguiar, Paula Fernandes, Rio Negro & Solimões,
Roberta Miranda, Sérgio Reis, Victor & Léo e Zezé di Camargo &
Luciano. O programa foi apresentado pela atriz Déborah Seco. A gravação
foi lançada em um CD duplo, posteriormente, pela Sony/BMG.
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