A pintura com rigor formal
Os termos academicismo e academismo, ou ainda, arte acadêmica,
denominam um estilo artístico europeu que existiu entre os séculos 17 e
19, caracterizado pela tentativa de manter com rigor as regras formais,
estéticas e técnicas do estilo das academias de arte.
Observe a seguinte reprodução da obra de Pedro Américo:
O grito do Ipiranga, de 1888, 415 x 760cm, Museu Paulista |
Você
já deve ter visto esse quadro em livros ou até mesmo ao vivo (ele está
no Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga em São Paulo - Clique para ver lista de site de museus do Brasil e do mundo).
O que você sabe sobre ele? Olhando para a obra, você acha que o pintor estava lá, presente e retratou o fato?
Pedro
Américo sequer era nascido em 1822. A casa ao fundo (à direita) também
não existia na época. Sendo assim, porque o pintor retratou o
acontecimento desta forma?
Beleza ideal
Uma das
características gerais da pintura acadêmica é seguir os padrões de
beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve imitar a
realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras. Sim, a idéia
foi retratar o fato como grandioso, com o intuito de enaltecer o
Império e o nacionalismo - o Brasil havia proclamado sua independência havia pouco tempo.
O
academismo, importado da Europa, dominou as artes plásticas no Brasil
até o início do século 20. Por isso, prevaleciam temas históricos e
mitológicos nas pinturas daquele período, temas típicos do neoclassicismo.
O
centro de referência do movimento e a referência histórica mais
importante no país era a então Academia Imperial de Belas Artes, no Rio
de Janeiro, que foi inaugurada em 1826 pelos artistas da Missão Artística Francesa.
Os principais artistas acadêmicos são:
José Ferraz de Almeida Júnior:
é considerado por alguns críticos o mais brasileiro dos pintores
nacionais do século 19. Suas obras retratam temas históricos, religiosos
e regionalistas. Além disso produziu retratos, paisagens e composições.
Suas obras mais conhecidas são: "Caipira Picando Fumo", "O Violeiro" e
"Leitura".
Caipira picando fumo, 1893, Pinacoteca do Estado de São Paulo |
Valéria Peixoto de Alencar* é historiadora formada pela USP e cursa o mestrado em Artes no Instituto de Artes da Unesp.
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