Autor: Poeta Francisco de Assis Sousa
Na
cidade de Barbalha
Já
no sul do Ceará
Todo
ano acontece
Boa
de apreciar
A
Festa de Santo Antonio
O
santo do matrimonio
Religiosa
e popular
Uma
afeição secular
Na
cidade se nota
Lá
de mil e setecentos
E
setenta e oito remota
De
Francisco Magalhães
Dentre
outros capitães
A
Santo Antonio devota
Funda
a cidade e adota
Faz
a capela, povoa...
Vindo
de Urubu de Baixo
Do
estado de Alagoas
E
proclama padroeiro
O
santo casamenteiro
Taumaturgo
de Lisboa
O
tempo não passa... Voa!
Já
em mil e novecentos
E
vinte e oito é o ano
Pra
nosso conhecimento
É
nesta data primeira
Que
vem o Pau da bandeira
Abrilhantar
o evento
...Um
grande acontecimento
A
cidade fica cheia
De
gente pra ver o mastro
E
a bandeira que se hasteia
Foi
criação do Vigário
O
jovem celibatário
O
Padre José Correia
Com
outro nome aparteia
A
história nos destina
É
possível que Correia
Com
a sua disciplina
Tenha
mesmo se inspirado
Ou
seguir certo o recado
Do
Padre Ibiapina
O
missionário ensina
Difunde
na região
Que
pro santo devotado
Em
cada renovação
Sendo
bendito e louvado
Um
mastro fosse fincado
Na
frente da casa então
No
começo a devoção
Somente
o hasteamento
Em
frente lá da matriz
Era
pequeno o evento
O
pau era levantado
E
no dia festejado
Com
pouco divertimento
Já
em mil e novecentos
De
trinta para quarenta
Junto
ao pau da bandeira
Outro
fato se acrescenta
O
cargo de capitão
Tendo
assim a missão
Na
tarefa que enfrenta
Na
prática se argumenta
O
papel do capitão
No
carregamento do pau
Tem
a distinta missão
Lidera
os carregadores
(dos
bravos trabalhadores)
Faz-se
a coordenação
Também
nos chama a atenção
O
teor desse relato
Que
a cachaça só veio
Mesmo
aparecer de fato
E
assim se comenta
Que
só a partir de quarenta
Ela
faz parte no ato
Do
Pau da bandeira trato
É
oportuno que faça
Um
registro relativo
Mencionando
a cachaça
Para
o cortejo no dia
Toda cachaça que ia
Cabia
numa cabaça
Não
digo: era sem graça
Até
o inicio de setenta
Quando
em setenta e três
O
folclore incrementa
Juntos
vigário e prefeito
O
plano surte efeito
A
festa cresce, aumenta...
Neste
ano se implementa
A
cachaça do vigário
As
barracas lá praça
Da
Igreja do Rosário
Expondo
o artesanato
Folclore
no fino trato
Fazendo
o itinerário
Sem
atraso no horário
Bem
cedinho a alvorada
Banda
de música tocando
Quando
ainda é madrugada
Lá
no pátio da matriz
O
sino soa feliz
Anunciando
a chegada
Tem
zabumda na jornada
Numa
só animação
Tocando,
xaxado, xote
Mazurca
marcha e baião
Num
estilo original
Desde
o levante do pau
Ao
dia da procissão
Fazem
genuflexão
Se
ajoelham ficam em pé
Tocam
coreografando
Benditos
com muita fé
Tem
toque com geringonça
Briga
do cachorro com a onça
Pipoca
e caboré
De
caminhão ou a pé...
Logo
cedo sobem a serra
Devotos
e carregadores
Que
sujos de barro e terra
Descem
com o pau da bandeira
Na
fé ou na brincadeira
Pesado
que até emperra
Neste
mesmo pé de serra
Por
São Joaquim nominado
De
lá já vão muitos anos
Que
o pau é tirado
Por
um grupo escolhido
Se
no IBAMA é deferido
O
mastro será cortado
Solene
e muito animado
O
encontro de abertura
Celebração
da palavra
Misto
de fé e cultura
Ofertório
e cantoria
Presença
da parceria
Paróquia
e prefeitura
Na igreja a essa altura
Se
acotovelam os fieis
Já
não tendo onde sentar
Se
acomodam de víeis
Em
cada apresentação
Ficam
nas pontas dos pés
O
sol já queima a tez
Do
povo e disposição
No
entorno da igreja
Grande
movimentação
Prestigiando
o folclore
Não
há criança que chore
Porá
falta de animação
Terminando
a missa então
Vai
começar o cortejo
Os
grupos já se organizam
Acompanhando
eu vejo
Capoeiras,
berimbaus
Reisado,
mineiro pau
N
o mais bonito festejo
Andando
no mesmo ensejo
A
lampinha, e o pau de fitas
Os
grupos de penitentes
Tantas
caboclas bonitas
Aproveitando
o embalo
A
dança de São Gonçalo
E
a quadrilha que agita
E
se vê tantas visitas
Muita
gente a desfilar
Violeiros,
cantadores
Vaqueiros
a cavalgar
Diversas
autoridades
Gente
de outras cidades
Do
mais distante lugar
Sem
querer enumerar
Prefeito
e vice- prefeito (a)
O
vigário da cidade
Promotor,
Juiz de direito
Deputados,
secretários (a)
Pelo
mesmo itinerário
Nas
ruas, bem satisfeitos (a)
Percorre
do mesmo jeito
O
povo em multidão
O
capitão da bandeira
Representando
os que estão
Que
chova ou que o sol bata
Desde
cedo lá na mata
Na
sua coordenação
Faz-se
uma concentração
E
antes de encerrar
O
cortejo do folclore
No
palanque vão falar
Vigário
e autoridades
Ai
por toda cidade
Muita
gente a circular
Esperando
o pau chegar
Antes
do levantamento
Por
todo canto se encontra
Festejo
e divertimento
Barbalha
vira uma só praça
Tem
prece, cerveja e cachaça...
Em
torno de um só evento
É
enorme o movimento
É
a multidão! É a massa!
Tem
shows,barraca, tem som
Até
onde o pau não passa
Tem
zabumba, tem sanfona
Tem
casada e solteirona
Tem
chá do pau, tem a casca
Um
corre - corre pra praça
Da
matriz da cidade
Pra
se andar no parque
É
grande a dificuldade
O
pau é muito pesado
Nos
ombros vem carregado
Na
fé, garra e vontade
Chega
à hora esperada
O
mastro vai hastear
Santo
Antonio vai subindo
Na
bandeira a tremular
A
nossa festa acontece
Com
trezenas, shows, quermesses...
Religiosa
e popular.
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