Material de autoria do Violeiro Fábio Sombra. Publicado originalmente no folheto “Proseando Sobre Cordel”.
Surgem os primeiros folhetos
Com a invenção da imprensa pelo alemão Johannes Gutenberg, por volta de 1440, os livros impressos ficaram com o custo mais acessível, e mais pessoas vieram a se interessar pela palavra escrita. Foi quando os trovadores perceberam a oportunidade de aumentar seus rendimentos e passaram a oferecer também o texto impresso de seus poemas, ao final de suas apresentações.
No início, esses versos não tinham ainda o formato de livrinhos encadernados e se constituíam de folhas soltas. Por isso, em Portugal ganharam o nome de folhas volantes. Na Espanha ficaram conhecidas como pliegos sueltos e na França como lttérature dcolportage.
A tradição chega ao Brasil
Junto com os colonizadores portugueses, a tradição dos trovadores e folhetos chegou ao Brasil e aos poucos, começou a se difundir pelo interior do país. E foi no sertão do Nordeste que acabou ganhando mais força e aceitação. Apesar de está presente em nosso país desde o século XVI, somente no final do século XIX é que a literatura de cordel começou a adquirir a forma que conhecemos até hoje: livrinhos - também chamados de folhetos - encadernados e histórias contadas em estrofes de seis versos cada, a sextilhas.
E nessa mesma época surgiram os primeiros grandes mestres da literatura de cordel, como Ugolino Nunes da Costa, Germano da Lagoa e o mais conhecido de todos, Leandro Gomes de Barros (1868-1918).
De onde vem o nome cordel
Para entender a origem do nome, precisamos compreender como trabalhavam os vendedores de folhetos. Em sua eterna correria de feira em feira, viajando a cada dia para um lugarejo diferente, os vendedores tiveram de inventar uma maneira prática e barata de expor seus livros aos clientes e leitores.
Numa livraria tradicional, os livros são colocados em estantes e prateleiras. como não podem carregar esses móveis pesados com eles, os vendedores de folhetos costumam trazer em suas malas, junto com os livros, vários rolos de barbante. Ao chegar a praça do mercado, eles esticam essas cordinhas (ou cordéis) entre dois postes ou duas árvores e nelas penduram os livrinhos abertos na página central. Foi daí que surgiu o termo literatura de cordel, que conhecemos até hoje. Nos dias de vento, os vendedores prendem os livrinhos com regadores de roupa e pronto: está montada a livraria!
A figura do vendedor de folhetos
Nem sempre os livrinhos são vendidos pelo próprio poeta que os escreve. No entanto, a maioria dos vendedores de livrinhos de cordel sabe cantar e declamar os versos que vendem. para aumentar o interesse pela mercadoria, os vendedores costumam reunir uma roda de interessados e, ali, começam a declamar os versos de algum livro de sucesso.
Se o assunto é interessante, mais pessoas vão se aproximando. Quando a história chega ao momento de maior suspense, o vendedor interrompe a leitura, sorri para a multidão e pisca o olho dizendo:
- Para conhecer o final da história só comprando o livrinho!
Todos correm a comprar os folhetos. Logo após o esperto vendedor recomeça com a leitura de um novo livro e assim, nu bom dia chega a vender centenas de obras.
A aparência dos folhetos
O livrinho - o folheto - de cordel tradicional tradicional mede cerca de 10x16cm e tem geralmente 8,16 ou 24 páginas. raramente chega a 32 e raríssimos são os romances de 64 páginas. O papel é barato, bem fininho e de cor amarelada. O texto é todo em versos, quase sempre estrofes de seis versos cada uma.
Outra característica dos livros de cordel pode ser encontrada nos últimos versos de um folheto, onde o autor assina sua obra por meio de um ACRÓSTICO. O acróstico é um nome ou palavra resultante da união das primeiras letras de cada um dos versos de uma estrofe.
Os folhetos de cordel tradicional quase nunca trazem ilustrações em seu interior, mas as capas costumam mostrar gravuras feitas em xilografia. Nessa técnica o artista reproduz o desenho a través de um carimbo de madeira, escavado cuidadosamente com canivete ou formão.
Com a invenção da imprensa pelo alemão Johannes Gutenberg, por volta de 1440, os livros impressos ficaram com o custo mais acessível, e mais pessoas vieram a se interessar pela palavra escrita. Foi quando os trovadores perceberam a oportunidade de aumentar seus rendimentos e passaram a oferecer também o texto impresso de seus poemas, ao final de suas apresentações.
No início, esses versos não tinham ainda o formato de livrinhos encadernados e se constituíam de folhas soltas. Por isso, em Portugal ganharam o nome de folhas volantes. Na Espanha ficaram conhecidas como pliegos sueltos e na França como lttérature dcolportage.
A tradição chega ao Brasil
Junto com os colonizadores portugueses, a tradição dos trovadores e folhetos chegou ao Brasil e aos poucos, começou a se difundir pelo interior do país. E foi no sertão do Nordeste que acabou ganhando mais força e aceitação. Apesar de está presente em nosso país desde o século XVI, somente no final do século XIX é que a literatura de cordel começou a adquirir a forma que conhecemos até hoje: livrinhos - também chamados de folhetos - encadernados e histórias contadas em estrofes de seis versos cada, a sextilhas.
E nessa mesma época surgiram os primeiros grandes mestres da literatura de cordel, como Ugolino Nunes da Costa, Germano da Lagoa e o mais conhecido de todos, Leandro Gomes de Barros (1868-1918).
De onde vem o nome cordel
Para entender a origem do nome, precisamos compreender como trabalhavam os vendedores de folhetos. Em sua eterna correria de feira em feira, viajando a cada dia para um lugarejo diferente, os vendedores tiveram de inventar uma maneira prática e barata de expor seus livros aos clientes e leitores.
Numa livraria tradicional, os livros são colocados em estantes e prateleiras. como não podem carregar esses móveis pesados com eles, os vendedores de folhetos costumam trazer em suas malas, junto com os livros, vários rolos de barbante. Ao chegar a praça do mercado, eles esticam essas cordinhas (ou cordéis) entre dois postes ou duas árvores e nelas penduram os livrinhos abertos na página central. Foi daí que surgiu o termo literatura de cordel, que conhecemos até hoje. Nos dias de vento, os vendedores prendem os livrinhos com regadores de roupa e pronto: está montada a livraria!
A figura do vendedor de folhetos
Nem sempre os livrinhos são vendidos pelo próprio poeta que os escreve. No entanto, a maioria dos vendedores de livrinhos de cordel sabe cantar e declamar os versos que vendem. para aumentar o interesse pela mercadoria, os vendedores costumam reunir uma roda de interessados e, ali, começam a declamar os versos de algum livro de sucesso.
Se o assunto é interessante, mais pessoas vão se aproximando. Quando a história chega ao momento de maior suspense, o vendedor interrompe a leitura, sorri para a multidão e pisca o olho dizendo:
- Para conhecer o final da história só comprando o livrinho!
Todos correm a comprar os folhetos. Logo após o esperto vendedor recomeça com a leitura de um novo livro e assim, nu bom dia chega a vender centenas de obras.
A aparência dos folhetos
O livrinho - o folheto - de cordel tradicional tradicional mede cerca de 10x16cm e tem geralmente 8,16 ou 24 páginas. raramente chega a 32 e raríssimos são os romances de 64 páginas. O papel é barato, bem fininho e de cor amarelada. O texto é todo em versos, quase sempre estrofes de seis versos cada uma.
Outra característica dos livros de cordel pode ser encontrada nos últimos versos de um folheto, onde o autor assina sua obra por meio de um ACRÓSTICO. O acróstico é um nome ou palavra resultante da união das primeiras letras de cada um dos versos de uma estrofe.
Os folhetos de cordel tradicional quase nunca trazem ilustrações em seu interior, mas as capas costumam mostrar gravuras feitas em xilografia. Nessa técnica o artista reproduz o desenho a través de um carimbo de madeira, escavado cuidadosamente com canivete ou formão.
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