sábado, 30 de junho de 2012

XILÓGRAFOS PARTICIPAM DE EXPOSIÇÃO

Elizângela Santos 
  


A xilogravura assume múltiplas linguagem e caráter universalista, com o trabalho do grupo integrante das ações do Xilógrafos do Crato (Xicra). O regional viaja pelo mundo, para obter novas imagens e impressões que resultaram no "O Fio da Xilo", exposição aberta na Galeria do Sesc, em Crato, esta semana e que vai até o dia 31 de julho. Com o trabalho surgiram os stickers, que são adesivos usados nos espaços urbanos, com imagens de xilogravuras estilizadas.

As máscaras, colagens, vídeo apresentados durante a mostra promovem um diálogo permanente com o público, e apresentam a arte centenária de forma dinâmica, dentro de um processo de mutação e entendimento, a partir de uma linguagem da modernidade do que representa esse material. Segundo os integrantes da Xicra, os artistas plásticos e xilogravuristas, Franklin Lacerda, Adriano Brito e Carlos Henrique Soares, a proposta é trabalhar com a xilogravura e o cordel, por meio de uma visão ampliada de trabalho, sem conter o desenrolar das atividades.

No Cariri, foram realizadas três oficinas dentro da proposta, e o inusitado para o campo da xilogravura foi a inserção de quatro mulheres no campo de trabalho das imagens em madeira. Uma atividade rara entre mulheres, num dos celeiros da produção da xilogravura no Brasil, que é o Cariri. Com isso, foi formado o grupo Mulher Xilógrafa do Cariri (Muxica). O projeto, que tem a parceria do Xicra com o Ministério da Cultura, por meio da Funarte, é um entrelaçamento de atividades de várias instituições, do sul do País e artistas de países como a Argentina e Colômbia. Nas ruas das cidades a arte se manifesta. Os anônimos ficam mais anônimos ainda com as máscaras estilizadas e contextualizadas com a contemporaneidade. Para essa atividade, os integrantes do grupo mantiveram conexão com artistas que atuam na arte urbana, a exemplo do grupo Acidum. Daí, nasceu o Projeto Artistas em Viagem, tendo com a participação nesse trabalho da gravadora colombiana, Yili Rojas, e do fotógrafo paulista, Isaumir Nascimento. Os artistas residem em Berlim de onde produzem gravura, fotografia e curadorias.

Segundo Franklin, essa é a grande oportunidade de repensar o conceito de gravar na madeira. A ideia do uso dos stickers veio com o andamento do projeto e continua evoluindo. A partir daí, veio uma nova oficina, de X - Libris, com a gravadora argentina, Julieta Warman, residente em La Plata, na Argentina.

A partir das oficinas de máscaras, foram iniciadas as performances nas ruas, com os xilo mascarados. Nos centros urbanos, a poesia se junta ao que se vive no dia a dia. Um exercício da palavra é reunindo às imagens. A partir desse trabalho, foi feito um registro fotográfico das performances nas ruas e produzido o livro "Uma Fábula em Cordel", lançado no maior evento de gravura, em São Paulo, a SP Stampa, e agora no Cariri, na abertura da exposição, no último dia 26. Várias escolas da região já visitaram o trabalho, que traz também uma didática dinamizadora da evolução do cordel para as novas linguagem. Os participantes podem experimentar o uso das máscaras, e interagirem no espaço.

Mais informações:
Links para contatos do Xicra
http://fiodaxilo.blogspot.com.br
http://xicra.wordpress.com
e-mail: xicra@yahoo.com.br

Fonte: Diário do Nordeste

sexta-feira, 29 de junho de 2012

DÉRCIO MARQUES


O violeiro, cantor e compositor mineiro Dércio Marques morreu na noite de terça-feira (26), em Salvador, por insuficiência renal, devido a complicações de um câncer no pâncreas. O cantor estava internado há três semanas no Hospital Ana Nery, onde se recuperava da operação de retirada do pâncreas, vesícula e baço.
Segundo Sônia Machado, secretária do músico, Dércio Marques começou a dar sinais da doença em dezembro do ano passado, mas só no início do ano foi diagnosticado com câncer. O corpo do compositor está sendo velado no cemitério Jardim da Saudade e será cremado na quinta-feira (28). A família ainda vai decidir se suas cinzas serão jogadas em um rio ou no mar, duas paixões do músico.
Dércio Marques alternava sua residência entre sua cidade natal, Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Salvador. Ele deixa uma companheira e quatro filhos.
Durante a carreira, o artista buscou retratar a música raiz brasileira. Pesquisador das tradições da terra, Dércio Marques percorreu o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, para buscar cantigas que retratassem a cultura popular. Dessas andanças pelo vale, ele lançou o CD Fulejo.

TIRE O DÉRCIO MARQUES DO BALAIO


DÉRCIO MARQUES

Dercio Marques foi um violeiro, cantador, intérprete e compositor nascido em Uberlândia, Minas Gerais. Cidadão do mundo, viajante e pesquisador incansável das raízes musicais brasileiras e iberoamericanas (seu pai é uruguaio) tem em sua irmã Dorothy Marques uma das principais parceiras de atuação e produção. Um excelente arranjador, de coração generoso e solidário, participa na produção musical de dezenas de discos de colegas músicos. Um ardoroso defensor da natureza e da cultura popular do Brasil, do bioma cerrado de sua infância em especial, que evoca em diversas de suas canções, acordes, toadas e parcerias.
Seu primeiro disco "Terra, vento, caminho." foi lançado pelo selo Discos Marcus Pereira, obra em que interpreta canções e poemas de Atahualpa Yupanqui, na ocasião praticamente inédito no Brasil, As Curvas do rio, do hoje célebre violeiro da Bahia Elomar na época pouco conhecido e de sua própria autoria.
Em 1979, lançou pelo selo Copacabana o disco "Canto forte-Coro da primavera", com produção de Dorothy Marques e a participação de Irene Portela, Toninho Carrasqueira, Zé Gomes, Marco Pereira, Paulinho Pedra Azul, Orquestra de violas de Osasco (54 violas), Oswaldinho do Acordeon, Heraldo, ex-integrante do Quarteto Novo e regência do Maestro Briamonte.
Fulejo é um disco belíssimo inspirado na tradição das congadas de Minas Gerais e veio trazendo a público pérolas da música brasileira como Riacho de Areia (Vale do Jequitinhonha), Serra da Boa Esperança (Lamartine Babo), Disco Voador (Palmeira Guimarães), Casinha Branca e Ranchinho Brasileiro(Elpídio dos Santos), Mineirinha (Raul Torres) e Flores do Vale parceria com o poeta João Bá.
Ainda dentre seus parceiros ou companheiros de shows destacam-se João do Vale, Paulinho Pedra Azul, Luis Di França, Pereira da Viola, Fernando Guimarães, Dani Lasalvia, Xangai, Guru Martins, Hilton Accioly, Carlos Pita, Milton Edilberto, Luiz Perequê e Diana Pequeno.
Depois da bem sucedida gravação de um disco infantil "Anjos da Terra", em homenagem a sua filha Mariana e a todas as crianças, foi indicado em 1996 para o prêmio Sharp de melhor disco infantil com "Monjolear", gravado em Uberlândia em longo processo de oficinas de música com sua irmã Dorothy e a participação de 240 crianças.
Em seu disco Folias do Brasil de 2000, ano de comemoração dos +500 anos, registra aspectos desta secular tradição da folia de Reis e folia do Divino que teve origem em Portugal no sec. XIII (segundo o prof. Agostinho da Silva), foi banida pela Igreja Católica no tempo da Inquisição, migrou pras ilhas dos Açores, chegando ao Brasil com esse povo açoreano e espalhando-de por todas as regiões do país, principalmente Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro.

1977 - Terra, Vento e Caminho

TIRE DO BALAIO:

1979 - Canto Forte

TIRE DO BALAIO:

1983 - Fulejo

TIRE DO BALAIO:

1988 - Segredos Vegetais

TIRE DO BALAIO:

1991 - Anjos da terra

TIRE DO BALAIO:

1996 - Dercio Marques e Doroty Marques - Monjolear

TIRE DO BALAIO:
http://www.mediafire.com/download.php?a94vrnpa0auaara

1999 - Cantigas de Abraçar

TIRE DO BALAIO:

2000 - Cantos da Mata Atlântica

TIRE DO BALAIO:

quarta-feira, 27 de junho de 2012

GESTOR CULTURAL, O PROFISSIONAL DO FUTURO


Estamos falando de um dos mercados mais potentes do mundo e um dos que mais cresce e se revigora a cada dia. De algo tão necessário ao ser humano como comer e respirar. De uma atividade que dá sentido ao ser humano, significa sua vida e projeta seu futuro.
Além dos mercados tradicionais, supostamente em crise, como o cinema, a indústria fonográfica e editorial, atropeladas pelo advento das tecnologias de informação e comunicação, surgem a cada dia novas formas de significar a presença do ser humano na Terra, de criar utopias, planos de futuro, ou simplesmente de amenizar o sofrimento de quem ainda não encontrou sua autonomia em relação ao próprio imaginário.
Os códigos culturais antes dominados por impérios, igrejas, estados autoritários e grandes corporações estão cada vez mais ao alcance de todos nós. A teia que se forma em torno dos elementos culturais, diversos, controversos, livres, colaborativos e, ao mesmo tempo, controlados, sistematizados, formatados, lineares, é cada vez mais complexa. Exigem dos terráqueos contemporâneos uma capacidade de decodificação, síntese e diálogo constantes.

O gestor cultural se habilita a esse exercício constante, com um diálogo permanente entre as formas mais lineares e alienantes do conhecimento e as mais revolucionárias maneiras de criação e conexão com os universos paralelos do sentido. Um diálogo que possibilita, ao mesmo, implodir e reforçar os sistemas estabelecidos de poder.
Um profissional detentor de uma chave mestra, capaz de promover a livre expressão e arbítrio, e de revelar os sistemas de cerceamento de conhecimento, opinião e expressão, aptos a afugentar os medíocres, robotizando-os em lógicas binárias e sistemas bancários.
Antes de qualquer coisa, um profissional pautado pela ética. Não necessariamente pautado pelo bem, mas um bom conhecedor do mal que há dentro de si.
Algumas características são marcantes nesse profissional, que ganha espaço a cada dia não somente nos mercados tradicionais de cultura e comunicação, mas em várias esferas da sociedade. São elas:
  • A constante reflexão em relação a tudo o que faz.
  • Alto poder de aplicabilidade daquilo que pensa naquilo que faz.
  • Participa da vida política, articula e trabalha em rede.
  • É familiarizado com a língua e a lógica do mercado.
  • Subverte a lógica do mercado, propondo novas formas de superação.
  • É empreendedor e criativo.
É claro que estou idealizando este profissional, mas ao mesmo tempo reconheço-o em corpo presente nos corredores dos inúmeros empreendimentos culturais com que tenho contato pelo Brasil e pelo mundo afora.
Alguém que, como o artista, se prepara como nenhum outro para lidar com as incertezas de um tempo que colhe os frutos do desenvolvimento tecnológico e da ciência, mas ao mesmo tempo paga a conta da irresponsabilidade para com seus pares, seu planeta e com a vida.
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Leonardo Brant http://www.brant.com.br
Consultor e pesquisador cultural. Autor do livro "O Poder da Cultura". Diretor do documentário Ctrl-V. Editor deste Cultura e Mercado. Presidente da Brant Associados e fundador do Cemec. Idealizou e coordena a plataforma Empreendedores Criativos. Para mais artigos deste autor clique aqui

domingo, 24 de junho de 2012

TERREIRADA DO MESTRE GILBERTO


Aconteceu no último dia 15 no Sitio Santo Antonio, Distrito de Arajara, no município de Barbalha, na residência do Mestre Gilberto, uma grande terreirada que contou com a presença de vários grupos Folclóricos da nossa região e do Mestre Zambi da Associação de Capoeira Filhos de Zambi de São Paulo. Foi uma noitada muito especial como há muito não víamos. O Mestre Gilberto utilizou o seu terreiro para realizar o encontro de grupos da Cultura Popular regional, que além de estimular, incentivar e trocar conhecimentos, pode mostrar aos convidados e a comunidade todo nosso potencial cultural. A preocupação atual do Mestre , tem sido em investir cada vez mais na preservação da nossa cultura agrária, com ações que interfiram no cotidiano das pessoas da localidade e do entorno. É um desafio muito grande, pois todos nós sabemos que é um dever do Município preservar as nossas manifestações culturais, porém isso não vem acontecendo e as pessoas começam a se preocuparem e desenvolverem momentos como aquele que aconteceu no último dia 15 fortalecendo, preservando e valorizando a identidade local e regional. No final houve uma grande roda de samba onde todos os presentes participaram ativamente. 
Platéia






 Mestre Gilberto (Chico Ceará)

Mineiro Pau Feminino

 


 

 

Platéia

 Mineiro Pau Masculino

 

 Platéia

 Maculelê


 Mestre Zambi e Mestre Gilberto
  
 Maculelê





Quadrilha Infantil


 Samba de Roda - Grupo Urocongo

  


 Casamento Matuto - Quadrilha de Liduina



Poeta Dão


 Grupo de Capoeira do Mestre Gilberto



 Comidas Típicas